Sem Palavras

Olhos nos olhos,
converso com tua alma,
sem palavras ou sussurros
somente o som da verdade.

Boca na boca,
sinto teu peito
querendo invadir o meu
calor da paixao.

Olhos nos olhos,
te digo o indizivel
apresento meu eu desconhecido
me entrego.

Boca na boca,
nossas almas se encontram
novos sabores
da mesma paixao.

Eu hoje pedi para as gaivotas pararem de voar,
suas asas fazem muito barulho
e me impedem de ouvir teu coracao.

Shhhh, quero ouvir o som ritmado,
nao quero que a distancia nos separe!

Tempestade

Depois do silêncio,
te ver assim, triste,
é como orquestra calada
música silenciada.

Teus olhos marejados,
denunciam a saudade
carregam neles a dor
da perda, da falta.

Depois da tempestade,
tento juntar os cacos
que sobraram de nós
da nossa história.

Teu abraço apertado,
carrega meu coração embora
leva junto minha felicidade
faz silêncio no meu peito.

Destino

Desisti
de brigar contra o destino.
De que vale espernear,
se ele sempre tem razão?

Desisti,
de escrever minha história,
ela já está escrita
ele se encarregou.

Desisti
de contrariar o destino.
Ele sabe o que faz
me rendo à sua força.

Enrosco

Que enrosco é esse?
Que amarrota o coração
entrelaça a alma
novelo confuso.

Enroscada não fujo
tento desatar,
tento correr
cada vez enrosco mais.

Enroscada não ligo
de sentir os fios
puxando a noite toda
sonho silencioso.

Que enrosco é esse?
Que faz o tempo parar
embaralha os sentidos
do sorriso às lágrimas.

Medo da Noite

Tenho medo da noite
e das notícias que traz,
sempre as piores
anúncio da tristeza.

A noite é portadora.

Tenho medo da noite
não do silêncio, que é de paz
mas dos sons estranhos
surgidos inadvertidamente.

A noite é taciturna;

Tenho medo da noite
nela me vêm pensamentos
bobos, tolos, desesperados,
aqueles que o dia não suporta.

A noite é pródiga.

"Faz dias que esta saudade
"Me cutuca" e me incomoda
Pior que prego na bota
Quando empeça a castigar
Que troço mais sem sentido
É um amor mal resolvido
Só um retrato envelhecido
Ficou pra me consolar"
(Cesar Oliveira)

Um retrato

Tirou o retrato
e apaixonou-se
Derreteu-se em amor
escancarou o coração.

Apaixonou-se pela imagem
pela perfeição do que via
pelas curvas adoradas
pelo brilho nos olhos.

Apaixonou-se pela luz
refletida no sorriso
pelos sonhos projetados
que só ela conseguia ver.

Tirou o retrato
e apaixonou-se
não pelo retratado
mas pela imagem que tinha dele.

Saudades da saudade

Saudades,
do amor que tinha
do aperto do coração,
da cócega que sentia.

Saudades de sentir saudade

Janelas abertas
Cortinas ao vento,
espero a chuva chegar
levar minha alma passear.

Saudades de não sentir nada

Saudades,
da presença da tua ausência
silêncio entre os dias
surpresa ao amanhecer.

Saudades de sentir saudade

Carrossel

Roda Roda carrossel
vejo o mundo girando
corações aos poucos
vento queimando a face

Caleidoscópio multicor
cacos de alma
lágrimas coloridas
silêncio...

Perguntas ao meu coração dolorido: - Que verdade quer ouvir?
- Não sei, uma que não doa.
- Dessas não tenho, todas doem.
- Então me deixa aqui, a viver este meu mundo de mentirinha.

Shhh, silêncio, tem uma borboleta querendo pousar.

Horizonte

Espero um dia mais bonito,
sorriso maroto,
lambendo os lábios
sujos de chocolate.

Sem demora, vai logo buscar.

Espero um caminho tortuoso
buraco na estrada,
dormir na rede
vida desacelerada.

Sou esperante, por natureza.

Espero o silêncio da mata
cheiro de chuva,
sentar na sombra
pro tempo não passar.

Esperança do horizonte aproximar.

Página em branco

Minha vida é um livro
vivo um capítulo de cada vez
alguns estão no índice
outros eu invento na hora.

Viro a página, ou a esquina
e encontro novo personagem
que transforma a realidade.

Arranco páginas,
pra apagar diálogos
e reescrevê-los diferente.

Vou escrevendo pouco a pouco
e já tenho uma biblioteca
de capítulos e personagens.
Hoje? uma página em branco.

Silêncio Audível

Posso ouvir da minha janela
teu silêncio quase audível,
posso sentir teu suspiro
soprando como vento.

Titan, ventania nos pés
tempestade no coração
neblina nos olhos molhados.

Aurora, silêncio na alma
coração derretido
orvalho na face úmida.

Posso sentir em minha alma
teu silêncio quase audível
posso sentir teu olhar
procurando o meu na mata.

Quietude

Se quer silêncio
não basta pedí-lo
teu coração persiste
e grita na madrugada.

Se quer liberdade
não basta se afastar
tua alma desaba
nessa solidão inesperada.

Se quer silêncio
não basta mantê-lo
tem que segurar o vento
que teima em gritar teu nome

Se quer liberdade
não basta arrebentar os fios
o destino não sabe
que o caminho mudou.

Não sei se volto

Volta assim
numa reviravolta
e a vida corre de mansinho
nem aí pra nossa revolta.

Volta e meia
a gente se perde
e retorna ao mesmo ponto
recomeço do regresso.

Volta assim
sorrindo macio
e a vida passa ao largo
às voltas com a resistência.

Volto sempre
mesmo sem querer voltar atrás
só pra ver de novo
o mesmo filme reprisado

Com licença vou ali, ser feliz.
Dessa vez não sei se volto.

Coração Fugitivo

Coração fugitivo
em covardia declarada,
jeito diferente
de dizer que esqueci.

Picadeiro abandonado,
a arquibancada não sorri
Só os leões lá fora
rugindo indiferentes.

Coração trancado
em silêncio sensato,
jeito inconsequente
de dizer que sim.

Palco às escuras,
cortinas fechadas
platéia vazia
o espetáculo terminou.

Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.
(Clarice Lispector)

Perfume do dia

O dia acordou perfumado
algo de novo no ar
cheiro de felicidade
aroma da manhã.

Sinto o cheiro do café
fumegando na cozinha
e com ele teus olhos
cheirando desejo.

A mata respira lá fora
cheiro de chuva
querendo chegar
pra perfumar o dia

Sinto o cheiro da estrada
caminho desconhecido
e com ele teu sorriso
suspirando silêncio.

O mundo acontece
cheiro de dia
que passa correndo
perfumado.

Sinto cheiro de você
segredos revelados
e com eles tua presença
que se vai, perfumando.

Ponto de Vista

Minha janela é voltada para o mar
maré alta de pensamentos
ondas de silêncio entrecortado
Uma vista e tanto, do meu ponto de vista.

Espero a noite ansiosa
mudança de planos, mudança de vida
sempre no mesmo ponto.

Arrasto a cadeira
pra sentar mais perto
e garantir o ponto, sempre o mesmo.

Minha Vida é voltada para a janela
cortinas ao vento
plantei flores na sacada
Uma vista e tanto, do meu ponto de vista.

ESCOLHAS

Há sempre uma escolha a ser feita
parado na encruzilhada
esse caminho ou aquele?
qual leva ao destino?

Trilhar o caminho escolhido
é deixar pra trás o preterido
sem poder retomá-lo,
por que ao voltar ele não estará lá.

Há sempre uma escolha a ser feita
parado à porta,
abrí-la ou trancá-la?
qual a passagem para o futuro?

Passar pelo batente da porta
é trancá-la atrás de si
não há chave que reabra
o passado vivido.

Há sempre uma escolha a ser feita.

Amor por inteiro

Amor pela metade
é filme em preto e branco
câmera lenta da vida
conta gotas de felicidade.

Tem que ser por inteiro
aos trancos e barrancos.
Amor vem das entranhas
te arranca o sangue.

Amor pela metade
é vida sem risada
lençol liso na cama
silêncio ao amanhecer.

Tem que ser por inteiro
enlouquecendo a razão,
queda livre no precipício
salto sem pára-quedas.

Na janela

Debruçada na janela,
espero chegar
a tal felicidade
que esqueceu o endereço.

Enquanto isso,
guardo a água da chuva
seguro o sopro do vento
derramo o brilho do sol.

Debruçada na janela,
vejo o caminho vazio
e a multidão de pensamentos
passando por ali.

Enquanto isso,
silencio os passarinhos
afasto as nuvens
acalmo as árvores.

Debruçada na janela,
espero você chegar junto com ela.

Destino

Tem alguém parado à porta
malas feitas, chapéu vestido
esperando impaciente
enquanto observa o horizonte.

Olha o relógio com pressa,
a porta fechada com ferrolhos
chuva fina na janela
já passou da hora da partida.

Tem alguém parado à porta
silêncio que grita em vão
esperando impaciente
guarda-chuva aberto.

É o destino, esperando a vez,
aguardando a hora
do coração acelerado
dos braços abertos.

Sonho Interrompido

Sonhei contigo,
teu riso rasgado
ecoando no quarto
silêncio intemrrompido.

Acordei pensativa,
lembrando teus olhos
vermelhos em pranto
em nossa despedida.

Sonhei contigo,
deitado ao meu lado,
abraço apertado,
ressonando gostoso.

Acordei chorando,
da falta que você faz,
deitado aqui
mesmo em silêncio.

Vou voltar a dormir,
ver se encontro você novamente.

Oxigênio

Submersa, na angústia,
na ausência do sorriso,
na sobrevivência
na falta que você me faz.

Mergulho insensato
no amor desmedido
no sentido que a vida
de repente deixa de ter.

Submersa, na saudade,
no silêncio sentido,
nas pequenas coisas
que se mostram grandes.

Mergulho descontrolado,
escuridão inesperada.
Onde está você,
que não aqui ao meu lado?

(Entre Parênteses)

Acordei buscando o sentido
(não da vida, mas de mim mesma)
que de pedaço em pedaço
me faço inteira
(e me encontro pela metade).

Suspiro olhando as nuvens
se deixando levar
(pelo vento, não pelo destino)
querendo estar no lugar delas
me deixando levar (pelo destino).

Fecho os olhos
(não para dormir novamente)
mas pra pensar no sentido
(agora sim da vida)
e a imobilidade toma conta.

Me encontro assim:
entre parênteses,
(interposição explicativa),
sem alterar minha essência
(cujo sentido, ainda não descobri).

Louco Avulso

Loucura
é te querer assim
sem sentido, sem respirar
sem parar pra pensar.

Desejo insano
essa minha loucura solitária
que de louco avulso
vou me perdendo na madrugada.

Loucura
é teu silêncio
quando preciso te ouvir
sussurando em meu ouvido.

Sonho insensato
essa minha loucura imaginária
que de louco avulso
vou me encontrando nos dias.

Se for assim, sou doida varrida de carteirinha!

Não pude resistir postar aqui trecho da Coluna de Caco de Paula na Revista Vida Simples edição de Junho.
Discorre sobre o poeta Manoel de Barros, 91 anos poéticamente vividos

"Conta-me que não relê sua poesia, que tem tédio dela, por já ter sangrado e sofrido a cada verso. Que agora não está escrevendo, pois se sente oco. Que sua poesia é perseguida pela natureza e pelas percepções infantis. Que ainda quando criança aprendeu a distinguir o canto do gorjeio. Manoel me diz, principalmente, que a poesia é para ele uma espécie de encantamento - e que, se sua arte de fazer versos for uma espécie de loucura, não quer ser curado dela não."

Trecho de uma poesia de Manoel de Barros

"O sentido normal das palavras não faz bem ao poema.
Há que se dar um gosto incasto aos termos.
Haver com eles um relacionamento voluptuoso.
Talvez corrompê-los até a quimera.
Escurecer as relações entre os termos em vez de aclará-los.
Não existir mais rei nem regências.
Uma certa luxúria com a liberdade convém."

Sem Razão

Foi só pela estrada,
que só a ela pertencia
cada pedra se curvando
aos seus passos lentos.

Escolheu as curvas
do caminho, do pensamento
e não lembra em qual delas
perdeu o juízo.

O vento teimoso
brincando na copa das árvores
chamando de meu bem
a caminhante solitária.

Foi só pela floresta
acompanhada dos seu sonhos
apaziguada pelo seu espírito
inconfundível, inconformado.

Não foi sem querer,
que deixou sua razão
abandonada ao lado da pedra
no riacho transeunte.

Pétalas

A saudade virou pranto
e minha alma
calada de espanto
abriu-se em flores.

De tanto chorar
cairam-me as pétalas
da camélia a lamentar
as noites sem fim.

E do pranto um sorriso
nasceu o dia
o sol no paraíso
e eu despetalada.

De tanto sorrir,
esqueci do silêncio
que teimava em cair
na calada da noite.

FECHADA PARA BALANÇO

Não me pergunte porque calo, apenas aproveite meu silêncio pois ele costuma durar pouco!

Anda logo, abre a janela,
afasta a poeira do peitoril,
vem ver o mundo lá fora
esquece da angústia daí de dentro.

Anda logo, abre a janela e vem respirar!

Paisagem

Foi sem rumo
seguindo os passos
da velha estrada
caminhante, errante.

Foi cansado
caindo das nuvens
escolhendo flores
plantando canteiros.

E assim desarrumado
encontrou o destino
despedaçado, estirado
no caminho escolhido.

E assim descansado
parou para apreciar
a paisagem que não vira
na sua corrida insana.

É Tarde

É tarde!
Fecham-se as portas
abrem-se janelas solitárias:
olhos cintilantes.

É tarde!
Já não há tempo
pra dizer o não dito
palavras que não voltam.

É tarde!
Já não te espero
sorriso anunciado
olhos apertados.

É tarde!
Não podemos voltar
pelo mesmo caminho
fecho os olhos.

É tarde enfim...

Foto: Figueira da Foz - Portugal - BY: RODRIGO BELLÉ

Viver outra vez

Ah,
se pudesse voltar
e viver o não vivido
não sofrer o sofrido
silenciar os medos.

Ah,
se pudesse apagar
o riso de ameaça
riscos na vidraça
pratos quebrados.

Ah,
se pudesse esquecer
o amor desesperado
o desejo impensado
sossegar de coração.

Ah,
se pudesse viver
outra vida que não essa
outros sonhos sem pressa
retorno à encruzilhada.

Voltaria, apagaria
esqueceria, viveria
reencontraria a mim mesma
porque destes pedaços fui feita,
não há o que rever.

Endiabrar

Endiabrar-se
é esquecer da culpa
pelo que fizemos ou não fizemos
ou pelo que faríamos.

Endiabrar-se
é deixar passar
a oportunidade de ser gentil,
guardar o sorriso para o espelho

Endiabrar-se,
é viver pra si,
suspirar de paixão por si mesmo
acariciar o próprio ego.

Endiabrar-se,
é não dar a mínima
para o que pensam
os normais lá de fora.

Endiabrar-se,
é escolher ser feliz,
doa a quem doer
menos a mim.

ENDIABREI-ME!

Trégua

Quero rir à toa,
do tempo que passa
da madrugada que chega
da noite que não acaba

Quero suspirar,
pelo amor que acontece
pela dor que não sinto
pelo sonho imaginado.

Quero soltar a alma,
na varanda da vida
olhar a vida passar
pela janela da felicidade.

Quero trégua
que de sofrimento já basta
lágrimas já não tenho
quero melhor companhia.

Que culpa eu tenho
de não querer ser assim: comum?

Desisti

Desisti
de trilhar pelo caminho conhecido
de esperar tua mão a me guiar
de deixar meus sonhos sobre a mesa.

Desisti
de apreciar o silêncio
de ouvir as palavras não ditas
de não dizer palavras contidas.

Desisti
de olhar na esquina daquela rua
de andar sempre do mesmo lado
olhos fechados por causa da poeira.

Desisti
de ver flores nas janelas
de esperar a chuva chegar
pra poder sorrir sem pensar.

Desisti

Hoje estou com a alma em silêncio,
os gritos pararam de ecoar.
Shhhh, não há mais lágrimas para chorar.

As pedras do meu caminho

De quantas pedras é feito um caminho?
Que de tanto caminhar já não restam rastros.

A quantos caminhos diferentes uma pedra pode pertencer?
No rolar dos passos, perdem-se em si mesmas.

Sigo caminhando, empurrando algumas pedras fora do meu caminho.
Outras guardo nos bolsos, posso precisar delas
na próxima encruzilhada.

De tanto amar às cegas
não percebeu que anoitecera o dia.
Silêncio e desordem...

INTERMITENTE

Rio tortuoso que afoga
inunda em torrente ruidosa
e de repente a seca
silêncio quase audível.

Sou assim, intemitente.

Amo incodicionalmente,
sonho os sonhos mais loucos
e acordo questionando
a viabilidade de tal loucura.

Sou assim, intermitente.

Oxigênio exuberante
ocupa espaços desocupados
de repente gás carbônico
sem explicações.

Sou assim, intermitente.

Rio às gargalhadas,
divertida com o nada
subitamente até o nada incomoda
e a melancolia toma conta.

Sou assim, intermitente

Sou fogo, sou água,
sou luz, sou escuridão,
sou de tudo um pouco
mas não tudo ao mesmo tempo.

Sou assim, intermitente.
Fazer o que se essa é minha natureza.

Outono

Minhas folhas despencam
deixando marcas pelo mundo
pedaços de mim
espalhados por onde vou

É outono em minha vida
das cores mais lindas
da renovação
da expectativa futura.

O vento me faz bem
como tempo por companhia
tiram as marcas
trazem os sonhos.

É outono em minha vida
sem flores, sem frutos
somente a alma limpa
vivendo o agora.

Não me peça silêncio

Pode pedir
um sorriso gratuito
um pedaço de alma
um pensamento fortuito

Só não me peça silêncio,
porque algo em minha alma grita.

Pode pedir
um alento corajoso
um colorido de vida
um abraço preguiçoso.

Só não me peça silêncio,
porque algo em minha alma grita.

Dicionário Repentino

Não tenho todas as perguntas
mas se você quiser, posso te dar respostas.

Paixão?
É assim uma vontade desmedida
de que amanhã logo aconteça
pra poder viver mais um tanto.

Saudades?
É dormir e ter que não viver
aquele pedaço de vida
que a gente gasta enquanto dorme

Suspiro?
É sonhar acordado
desperdiçando um pouquinho de vida
pra viver um pedacinho diferente.

Sorriso?
É aquela coisa doce
que pára no rosto da gente
quando o suspiro tem um motivo delicioso.

Coragem?
É a pressa de chegar o outro dia
pra mudar a vida, pra sorrir
pra suspirar e se apaixonar.

Mosaico

Minha vida é assim:
caquinhos amontoados
colorido difuso
pedaços despedaçados.

Mosaico de mil faces
paixão desapaixonada
dor aliviada
coragem desenfreada.

Minha vida é assim
caquinhos desorganizados
branco e preto
cuidadosamente combinados.

Mosaico inacabado
caminhos imperfeitos
sou assim, feliz
caquinhos do meu jeito

RETORNO

Estou de volta
à terra de onde vim
ao meu caminho interior
sem pausas, sem lágrimas.

Sou eu,
sem nome, sem máscaras,
simplesmente eu
sentindo o mundo.

Estou de volta,
livre, suave
de volta ao meu caminho
da trilha esquecida.

Sou eu,
sem rótulos, sem anseios,
simplesmente eu
vivendo a vida.

TODA SUA

Se me quer assim
sonhando acordada
riso desmedido
alma despedaçada.

Sou chuva na mata

Se me quer assim
coração amedrontado
alma solitária
silêncio apaixonado

Sou estrela cintilante

Se me quer assim
vida contemplativa
brilho nos olhos
felicidade furtiva.

SOU TODA SUA